terça-feira, 30 de junho de 2009
Do Corpo Repousado.
Talvez a vida não seja luminosa
Mas tem momentos: o lago da cama, o sol
Na lombada dos livros, o joelho
Amável
Da mulher deitada. Como vai ser a manhã
Não sei, ergo a minha taça.
Amadurece o mar, mergulho na luz
E regresso a casa: a boca na maçã
À sombra do teu olhar, a música
Dos gatos, as tuas mãos que envolvem
As árvores ao meio dia. Sabor a terra,
Gota a gota na minha língua.
Caminho na praia como quem sente
As peles sobrepostas do mundo em volta
Do meu corpo, coração de pó
E sento-me em repouso a ouvir a respiração
Do vinho. Talvez a noite não apague
Esta magia.
Casimiro de Brito in 69 Poemas de Amor,4Águas Editora 2008
domingo, 28 de junho de 2009
Travessia.
Passei a vida ( longa?...curta?...) lendo e escrevendo.Muito de mim foi para o papel que se tornou íntimo e pessoal. No entanto, o que é tão fácil no cotidiano,em agendas e papéis quaisquer, torna-se uma árdua tarefa em um blog. Por quê?
Talvez as pessoas que compartilhem comigo desse espaço, diante dos textos selecionados possam entender esse bloqueio . Acho que criei esse blog não para meus devaneios, mas para congregar autores e textos que admiro e dos quais tenho me nutrido.A cada vez que os releio tenho uma sensação de descoberta, de novidade, de prazer, de alegria de ter podido conviver com palavras que se encontraram e se harmonizaram.Passo momentos intermináveis colocando-me no momento dessas criações e me maravilho que tenham existido.
Nessa travessia não consegui, nem de longe, beirar o talento para escrever de modo tão profundo , encontrar e encantar platéia que pudesse reconhecer anseios e beleza, porque me declaro incapaz de fazê-lo.Felizmente, muitos são os escolhidos e premiados que, com uma sensibilidade rara ,transformaram minha vida e minha alma nesse eterno... desassossego.
Tristíssimo...a solidão da fama.
XVIII - Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo. . .
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena ...
in Poemas Completos de Alberto Caeiro ( Fernando Pessoa)
sábado, 27 de junho de 2009
in A Lei do Amor.
"Quando há ódio entre duas pessoas, a vida reuni-las-á tantas vezes quantas forem necessárias até este desaparecer. Nascerão uma vez e outra perto um do outro, até aprenderem a amar-se. E virá um dia, depois de catorze mil vidas, em que terão aprendido o suficiente sobre a Lei do Amor para que lhes seja permitido conhecer a sua alma gémea. Esta é a melhor recompensa que um ser humano pode esperar da vida. E podem ter a certeza que caberá a todos, mas a seu devido tempo.”
Laura Esquivel
Iluminuras.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Que Será, Será...
Wen I was just a little girl,
I asked my mother, 'What will I be?
Will I be pretty?
Will I be rich?
Here's what she said to me:
Que Sera Sera,
what ever will be, will be;
The futures not ours to see.
Que Sera Sera,
What will be, will be
When I grew up and fell in love,
I asked my sweetheart, what lies ahead,
will we have rainbows
day after day?
Guess what my sweetheart said:
que sera, sera,
whatever wil be, will be
the future's not ours to see.
que sera, sera,
what will be; will be
Now I have children of my own
they ask their mother what will I be
will I be handsome?
will i be rich?
I tell them tenderly
que sera, sera,
whatever will be, will be;
the future's not ours to see.
que sera, sera,what will be, will be.
(J. Livingstone / R. Evans)
Doris Day...(nostalgia)
quinta-feira, 11 de junho de 2009
...
quarta-feira, 10 de junho de 2009
...
quando já se contemplou de todos os ângulos a incidência das manhãs
e se conhece bem a noite por dentro
palmo a palmo sombra a sombra medo a medo
o valor inexacto de uma renúncia é um desconhecimento que se aceita
porque também se sabe que todos os dias se perde um pouco o que se ama
Maria José Quintella - mais que demais...
Bolhas de sabão?
terça-feira, 9 de junho de 2009
"...só consegues tirar alguma coisa dos livros se fores capaz de pôr algo de teu no que estás a ler. Quer dizer, só se te entregares à leitura como a um duelo, como quem se mostra disposto a ferir e a ser ferido, a polemicar, a convencer e ser convencido, e, depois, enriquecido com o que tirou dos livros, disso se serve para construir qualquer coisa na vida ou no trabalho..."
Sándor Márai, in "A mulher certa"
sábado, 6 de junho de 2009
Cada árvore é um ser para ser em nós
Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses
António Ramos Rosa
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Mais Clarice.
Clarice Lispector.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
aPeNaS.
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